quinta-feira, 25 de outubro de 2012

FAÇA O QUE EU DIGO... NÃO FAÇA O QUE EU FAÇO...



Quem já não ouviu este jargão ecoando pelo mundo a fora, quem já não disse isto pensando ser um bom exemplo, quem já não colocou em prática aquilo que ouviu da boca de alguém e achou interessante, sábio, prudente, obvio, compreensível, quem não acatou as palavras ditas e as repetiu porque isto se ouviu da boca de uma pessoa conceituada.

Toda palavra ou frase pronunciada pode ser interpretada de uma forma ou de outra, boa ou má, toda palavra ou frase pronunciada pode ter um cunho que edifica ou não, toda palavra ou frase que forma uma opinião pessoal e particular, não significa que servirá de exemplo para todas as pessoas.

Acredito eu, que na interpretação desta frase pode-se ter vários significados, mas um que eu vejo e julgo importante, é que se pode ouvir o que se fala e fazer o que se é falado, mas jamais ter o que a pessoa faz como exemplo, este já não é aconselhável  pelo próprio pronunciante do tal dito, e se não é aconselhável, com certeza deve-se ter uma razão plausível, e esta razão demonstra que também esta pessoa não esta sendo sincera, transparente e verdadeira, pois se pode fazer o que se fala e não pode fazer o que se faz, num mínimo de entendimento podemos observar que este conselho não é digno de ser acatado, pois seria a mesma coisa que falar, não faça e a mesma pessoa que diz não, vai e faz, exemplo; Não corra acima de 110 km por hora, mas a própria pessoa anda bem acima do limite do qual ela mesma restringiu que se não podia.

Vou citar dois exemplos bíblicos que nos ajudarão entender o porquê é importante fazermos as coisas de uma maneira diferente, ou seja; não e jamais da maneira que não sirvamos para acrescentar nada na vida das pessoas. 


FAÇA O QUE EU DIGO...

Mas Pedro, respondendo, disse-lhe: Ainda que todos se escandalizem em ti, eu nunca me escandalizarei.

Olhe o que Pedro falou; ainda que todos... Eu nunca...

A resposta de Pedro foi expressiva; EU NUNCA... Ainda que todos se escandalizem em ti... EU NUNCA...

Será que Pedro tinha a mais perfeita convicção do que estava falando? Será que realmente Pedro nunca, mas nunca mesmo iria faltar com qualquer tipo de atitude que causasse algo que não fosse da vontade de Deus em sua vida e na vida de outros?

Pois bem vamos ver o que acontece então...

Disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que, nesta mesma noite, antes que o galo cante, três vezes, me negarás.                                          

Jesus rebateu ao que Pedro havia falado dizendo; que antes do galo cantar, Pedro o negaria três vezes...

Disse-lhe Pedro: Ainda que me seja mister morrer contigo, não te negarei. E todos os discípulos disseram o mesmo. Mateus 26:33-35

Pedro então responde com veemência, e diz; Ainda que me seja mister morrer contigo, não te negarei.

Pedro estava mesmo convicto de que não seria diferente do que ele estava afirmando, ele Pedro, nunca, e ainda que lhe fosse necessário morrer, ele Pedro, não negaria a Jesus, que coisa impressionante, que Pedro era este, que homem convicto, a sua ênfase nas respostas influenciavam, inflamava, colocavam as pessoas pra cima a ponto de todos os demais discípulos e irmãos de fé falarem a mesma coisa, que palavra imprescindível, faça o que eu Pedro, digo...

Sede meus imitadores, como também eu de Cristo. I Coríntios 11:1

Estas foram às palavras de Paulo aos irmãos em Coríntios; sede meus imitadores...

Imitar é fazer ou reproduzir alguma coisa à semelhança de; imitar bons exemplos, tomar por modelo, copiar... Fazer com que as pessoas tenham um referencial, estas foram às palavras de Paulo, sede meus imitadores; e esta era a intenção de Paulo, poder reproduzir algo ou semelhante em alguém, à intenção era de que as pessoas copiassem os seus bons exemplos, que o tomassem como modelo, que Paulo pudesse passar algo a eles, do qual se tornassem como o tal, porque o mesmo Paulo assim também o fazia, e dizia ele que imitava a Cristo.

Observamos que tanto Pedro como Paulo falaram, pronunciaram, expuseram seu caráter para que todos aqueles que estavam ao seu redor presenciassem a opinião que ambos tinham de si mesmo, estavam dispostos a mostrar que a palavra de um homem muito tem em seu efeito, principalmente se ele se diz servo de Deus.

NÃO FAÇA O QUE EU FAÇO...

Sede meus imitadores, irmãos, e tende cuidado segundo o exemplo que tendes em nós, pelos que assim andam. Filipenses 3:1

Paulo havia falado aos Coríntios, agora esta falando aos Filipenses, e da mesma maneira como falou tornou a repetir, Sede meus imitadores, irmãos...

Como já falamos, Paulo falava desta maneira porque também de outra maneira imitava a alguém, no caso de Paulo, imitava a Cristo, e assim como ele fazia também gostaria que os seus irmãos de fé, também o fizessem, o que Paulo não gostaria que os seus fizessem era imitar ou tomar de exemplo uma outra pessoa, pois Paulo queria que fizessem o que ele dizia e não fizessem o que ele não faria.

No caso de Pedro que era um influenciador nato, e que diante de Jesus disse; EU NUNCA... Nem que lhe fosse necessário morrer... NUNCA... AINDA QUE TODOS... Se escandalizassem... Eu Pedro nunca me escandalizarei...

Ora, Pedro estava assentado fora, no pátio; e, aproximando-se dele uma criada, disse: Tu também estavas com Jesus, o galileu.

Pedro tinha aqui a sua primeira oportunidade de demonstrar a sua eloquência influenciadora, a qual fez aos seus onze irmãos de fé que se posicionaram igual a sua palavra dita; EU NUNCA... E todos os discípulos disseram o mesmo.                        

Mas ele negou diante de todos, dizendo: Não sei o que dizes.

O que? Não acredito! Pedro negou? Mas ele havia dito com tanta convicção; EU NUNCA... Acho que há um equivoco aqui, não pode, todos poderiam ter feito isso, menos Pedro.

Acho que pegaram ele de surpresa, ele estava assustado com o que havia acontecido com Cristo, ele estava com medo, pois viu aqueles homens violentos prenderem a Jesus.

E, saindo para o vestíbulo, outra criada o viu, e disse aos que ali estavam: Este também estava com Jesus, o Nazareno.

Mais uma acusadora se levanta, parece perseguição ao irmão Pedro, a pouco uma criada o havia reconhecido como um dos seguidores de Jesus, e agora já vem outra criada com a mesma acusação, parece perseguição; mas Pedro;

E ele negou outra vez com juramento: Não conheço tal homem.

Mas o que é isto? O que está acontecendo? Novamente Pedro! Não acredito; ele negou Jesus de novo, e desta vez fez até um juramento, juntou as duas mãos, umas as outras e disse; Não conheço tal homem; Tal homem! Pedro tal homem? Este é Jesus, lembra, aquele que te escolheu como um dos seus discípulos, apesar dele ter sofrido algumas escoriações, quem sabe ensanguentado, com as roupas sujas de sangue, irreconhecível aos olhos carnais, mas é ele, Jesus de Nazaré, lembra? Pedro esta desnorteado, cambaleando, meio zonzo, todo mundo esta olhando fixo para ele, com olhar de acusação, o maior balburdio, alvoroço, gritos, Pedro esta meio confuso, esta tentando se esconder, pois não esta acreditando no que esta acontecendo, Pedro procurou se esconder de tudo e de todos.

E, daí a pouco, aproximando-se os que ali estavam, disseram a Pedro: Verdadeiramente também tu és deles, pois a tua fala te denuncia.

Pedro então é confrontado pela terceira vez, parece que não tem mesmo como se esconder, não tem como fugir, Pedro foi denunciado pela sua palavra, foi denunciado pelo que havia dito; EU NUNCA... 

Pedro achava que era diferente dos outros, quem sabe até pensara que era o melhor de todos, Pedro era um homem destemido, corajoso, um pouco antes havia cortado a orelha de um daqueles que vieram prender a Jesus, servo do sumo sacerdote chamado Malco (João 18:10), mas acho que aquilo não fora uma boa ideia, pois tal atitude amedrontou a Pedro, e este Pedro havia sido reconhecido porque; a tua fala te denuncia... Ou seja, a fala de Pedro era igual à fala de Jesus, o modo de falar, pois já estava acostumado com o mestre, ouvindo as suas mensagens por três anos, diuturnamente, foi reconhecido justamente pelo modo de falar que era igual, mas com uma diferença, a palavra de Jesus se cumpria, já a de Pedro, bom a de Pedro;

Então começou ele a praguejar e a jurar, dizendo: Não conheço esse homem.

Meu Deus, desandou agora tudo na cabeça de Pedro, se a situação já estava feia, agora piorou, praguejar e jurar, ato puro de uma pessoa em desespero, de uma pessoa que realmente foi possuída pelo medo de sofrer o que o seu mestre estava sofrendo, medo de morrer, então a solução era negar, NÃO CONHEÇO... A este homem... A tal homem... A Jesus o Nazareno... 

E imediatamente o galo cantou.

Cumpriu-se então a palavra que Jesus havia dado a Pedro lá atrás... Quando este convictamente, ou melhor, enganadamente disse: EU NUNCA...

E lembrou-se Pedro das palavras de Jesus, que lhe dissera: Antes que o galo cante, três vezes me negarás.

Quando o galo cantou, Pedro se lembrou do semblante, do sorriso, da voz, do aspecto do mestre, Pedro se lembrou do dia em que este lavou seus pés, lembrou-se do partir do pão, dos milagres, do andar sobre as águas, da pesca maravilhosa, lembrou-se do chamado, farei de ti pescador de homens (Lucas 5:10).

Neste momento só restava a Pedro fugir, não mais da presença dos homens e sim da presença de Deus, seu espírito foi tomado de uma angustia profunda, de uma tristeza imensa, de uma amargura incontrolável, seus pensamentos estavam a mil, as imagens eram continuas em sua mente, seu coração estava angustiado e acelerado, só restava então;

E, saindo dali, chorou amargamente. Mateus 26:69-75

FAÇA O QUE EU DIGO E NÃO FAÇA O QUE EU FAÇO...

Vemos dois exemplos, dois homens chamados por Deus, Pedro e Paulo, nenhum era melhor do que o outro, aos olhos de Deus, iguais, com qualidades e com defeitos, foram citados pelos exemplos que deram, não por aqueles que não irão servir para serem seguidos, mas sim pelos exemplos que poderão nos alertar, nos fazer entender e compreender que o que falamos tem peso, mas o que fazemos tem fundamentos, que o nosso falar seja Sim, sim, e Não, não... Pois o que passar disto poderá ter procedência maligna... Mateus 5:37

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