sexta-feira, 17 de maio de 2013

A SUA COROA ERA, A DE ESPINHOS...



Coroar uma pessoa seria aclamar, eleger; elevar à dignidade de rei ou pontífice; colocar uma coroa sobre a cabeça de alguém seria reconhecer esta como uma pessoa na sua capacidade de estar acima de qualquer outra, neste caso vossa majestade... Coroar alguém colocando sobre a sua cabeça uma coroa, seria elegê-la como uma pessoa suprema, seria reconhecer a sua magnificência...

A coroa é sinônimo de majestade e realeza, somente pessoas de sangue nobre, ou reconhecidas por sua nobreza receberam sobre suas cabeças este adorno que foi e é cobiçado por reis, reinos e milhares de pessoas.

O reconhecimento e o respeito pela coroa vêm desde a antiguidade, tanto que nas batalhas e ataques aos castelos reais, os inimigos e adversários procuravam preservar a vida dos nobres; reis, rainhas, príncipes e princesas, pois, isto lhes garantiria vida diante dos aliados da realeza.

Mas assim como preservar a vida de um nobre era uma questão de segurança, também matá-lo em batalha era uma questão de honra, pois com a morte do rei, todo o seu exercito era obrigado a bater em retirada, ou que, se entregassem sem nenhuma resistência, concedendo-lhes então a vitoria sobre esta batalha.

A coroa real foi no passado um objeto cobiçado pelas nações, varias foram às tramas e traições, guerras foram travadas por causa da coroa, o portador desta, era aclamado pelo povo, o portador da coroa deveria ser honrado e respeitado, pois para estar na presença real se fazia necessário prostrar-se diante da realeza com sujeição e submissão...

Este nobre era aclamado por todo o seu reino e pelo seu povo, era aclamado sendo abençoado com os seguintes dizeres; Viva o rei... Deus abençoe o rei... Vida longa ao rei...

A coroa além de representar a autoridade máxima no seu reino, no sentido significativo e monárquico, era também um ornamento confeccionado em ouro puríssimo, incrustado com as mais belas pedras preciosas, ornada de um brilho invejável, era repassada de gerações a gerações, e a cada três gerações uma nova coroa era confeccionada.

Nobres se reuniam em festas realizadas entre as dinastias, e em seus castelos desfilavam com as suas coroas, estas eram os objetos mais observados e cobiçados entre os convidados, o assunto entre a nobreza era sobre a coroa, deste ou daquele rei, desta ou daquela rainha, já as vestes reais ficavam em segundo plano.                                               

O luxo e a pompa da realeza eram ofuscados pelo brilho da coroa, pelos adornos de sua preciosidade em sua confecção e pela representatividade que esta tinha diante dos nobres, os mais aclamados e honrados eram os mais respeitados como também eram os mais desejados.

Ser coroado era uma questão de honra, ser aclamado era uma questão de respeito e ser respeitado era uma questão de reverência.

No passado os nobres reis eram temidos, eram respeitados pelo povo, pois impunham as suas leis e ordens, e ai de quem desrespeitasse uma ordem real, aqueles que não obedeciam às ordens reais, eram punidos com prisões perpetuas e até mesmo com a morte em praça pública.

A questão da coroa era levado muito a sério, ninguém brincava ousar com o nome dos nobres, ninguém ousava desobedecer até mesmo que não fosse da sua vontade, ninguém ousava remeter uma palavra contra a realeza, pois todos sabiam que dignos de morte eram os tais que se opusessem contra o rei.

Havia num reino não muito distante deste, um humilde e nobre rei, era um rei manso e misericordioso, era reconhecido pelos seus súditos celestiais, como o Rei da Glória, um rei que é contra tudo o que oprime o povo, um rei que é contra a injustiça, é contra a mentira e o engano, um REI inigualável... A sua coroa não representa a opressão, nem muito menos a tirania, a sua coroa é a favor dos necessitados, pois para honrar a sua coroa, ele é capaz de morrer pelo seu povo...

Certa vez este Rei decidiu deixar o seu Reino Celestial para ir a um outro reino, onde os déspotas sem lei, sem moral e sem escrúpulo, faziam das pessoas seus prisioneiros e escravos, o sofrimento neste reino era muito avassalador, reino este que chamavam de paraíso por suas belezas territoriais, também era conhecido como terra, este reino era regado de mentiras, opressões, violências, mortes, dores e enfermidades, o pecado reinava na vida dos homens, havia um clamor agonizante no ar e não havia quem pudesse salva-los.

O Rei da Glória tendo o conhecimento sobre tamanha maldade levanta-se do seu trono de glória e solta um brado, este brado era um desabafo, era como um gemido inexprimível, e parecia como o rugido de um leão quando vê os seus sendo atacado pelos inimigos.


O Rei da Glória resolve então renunciar o seu trono de glória, fazendo-se homem, não para se tornar como os homens, evidentemente com uma enorme diferença, não sendo como eles, os homens, que são cheios de toda a iniquidade  prostituição, malícia, avareza, maldade; cheios de inveja, homicídio, contenda, engano, malignidade; sendo murmuradores, detratores, aborrecedores de Deus, injuriadores, soberbos, presunçosos, mentirosos, desobedientes aos pais e às mães; néscios, infiéis nos contratos, irreconciliáveis, e sem misericórdia; 

O Rei da Glória veio como homem para demonstrar a todos eles que é possível, que tudo é possível, até mesmo vencer o maior de todos os males, a maldade no coração do próprio homem.

O Rei da Glória então desce a terra dos viventes, desce até o mais profundo do abismo onde os homens se encontravam acorrentados e aprisionados por seus delitos, sua intenção era mostrar a eles que estavam nestas condições por causa das suas culpas, o Rei da Glória queria mostrar-lhes que se eles amassem uns aos outros, andassem em igualdade, se respeitassem mutuamente, vivessem unidos, tudo poderia ser diferente, desfrutariam de uma vida integra e abundante.

O Rei da Glória começou então a pregar a sua ideologia, que era regada de amor e igualdade social, trouxe para a vida dos homens uma esperança, aqueles que entendiam a sua mensagem recebiam paz em suas almas, aqueles que aceitavam o seu reino recebiam alegria no espírito, aqueles que se curvavam ante Sua Majestade, eram levantados, eram colocados em pé novamente e suas perdas eram restauradas, pois dizia ele que os que se humilhassem seriam exaltados e os que se exaltassem seriam humilhados.

O Rei da Glória indignado com a maldade no coração dos homens, mas com muito amor pelas suas almas, veio a este mundo não para condená-los, mas sim para que os homens tivessem vida, veio porque conseguia olhar para dentro de seus corações, e ver que a maldade era apenas uma questão de conhecimento, a partir do momento que conhecessem a verdade, seriam libertos; ao contrario dos demais reis, que olhavam para as suas aparências, olhavam para os seus bens, olhavam, pois estavam simplesmente preocupados com o seu reino, e com o adquirir riquezas, com o crescimento material, já o Rei da Glória queria dividir o vosso Reino com todos os homens...

Houve um rei que foi chamado coração de leão por ser destemido, de coragem e de liderança, mas como todos os reis comportava-se como um homem qualquer, através de muitas guerras, mortes e atrocidades levantou um reino de luxurias e riquezas para si, via o seu povo na miséria e morrendo de fome e nada fazia a não ser adquirir riquezas para o seu reino.

Este, o Rei da Glória, como já disse era diferente dos demais homens e reis, pois pelo contrario de tantos não fez um reino para si, não juntou riquezas, não construiu castelos e nem alistou homens para uma guerra pessoal e banal, as preocupações do Rei da Glória não se limitam ao mundo corruptível e destrutível, vai além, voltado para um mundo incorruptível e indestrutível, se houve um rei com o coração de um leão, há um que é o leão inteiro, chamam-no de Leão da tribo de Judá.


Este, o Rei da Gloria, foi conhecido como o Leão da tribo de Judá, pois esta tribo guerreira era uma das mais temidas na sua época, Judá era reconhecido pelo seu pai como um leãozinho em fase de crescimento, pois quando subsistisse de ser presa, tornar-se-ia em um leão grande e seria temido, mesmo depois de velho não perderia a sua realeza e ainda continuaria temido por seus inimigos, e quem ousaria desperta-lo? Judá é um leãozinho, da presa subiste, filho meu; encurva-se, e deita-se como um leão, e como um leão velho; quem o despertará? Gênesis 49:9 Esta era uma palavra de Pai para filho, esta era a benção de um pai para o seu filho...

O Rei da Gloria veio para os seus, e os seus o rejeitaram, o desprezaram, os homens da terra queriam ter um rei, clamavam por um rei, pois olhavam para os reinos e viam que todos tinham um rei, mas a ideologia do Rei da Gloria não era o que os homens queriam, o Rei da Gloria queria paz, os homens querem a guerra, o Rei da Gloria queria igualdade, os homens querem a individualidade, o Rei da Gloria quer o amor, os homens querem o ódio.

Por três anos o Rei da Gloria pregou o seu Evangelho, alcançou muitos homens ao redor da terra, fez discípulos que dariam continuidade ao seu propósito, semeou o amor nos corações endurecidos dos homens, pregou o arrependimento, o perdão, foi contra a religiosidade, a política corrupta, foi contra a violência, a injuria e a injustiça, o Rei da Gloria fazendo somente o bem, despertou no coração dos homens impiedosos o mau, pois estes quando confrontados pelos seus erros não se arrependeram e nem lhe deram graças, por isso foram entregues a concupiscência de seus corações as coisas imundas, dizendo-se sábios tornaram loucos.

A mensagem do Rei da Gloria despertou uma ira enfurecida no coração obscurecido dos homens, os políticos e religiosos da época o acusaram de blasfêmia, o acusavam de pregar contra os princípios da igreja ortodoxa, inflamaram o coração do povo o qual era oprimido pelo governo sendo obrigados a pagar impostos, desprezados e abandonados pela igreja, pois padeciam de diversas enfermidades e moléstias.

O Rei da Gloria escolheu dentre os homens da terra, doze, dos quais os ensinou durante três anos a viver, desfrutar e compartilhar o que achava ser o mais importante, o amor, a paz e a vida, e dentre estes, um que se dizia ser discípulo e não era se levantou contra os seus princípios, um que não converteu o seu coração das trevas para a luz, um que tinha o seu coração na raiz de todos os males, o dinheiro; este o vendeu por trinta moedas de prata, armando uma articulação violenta e maligna para prendê-lo, mas o Rei da Gloria, que agora era conhecido dentre os homens, quando cercado e preso não resistiu, e muito menos se defendeu diante de seus acusadores, quando o procuraram lhe perguntaram quem era; e sem se esconder lhes respondeu; Eu sou o verbo que se fez carne, o unigênito do Pai, o filho do Deus vivo, o que era, o que é, e o que a de vir, o alfa e o Omega, o principio e o fim, a raiz de Davi, a estrela da manhã, Emanuel é o meu nome, eu sou Jesus o Cristo, a quem tu persegues...

Quando o Rei da Gloria se revelou como Jesus Cristo, pois este era o seu nome de homem terreno, os seus perseguidores caíram por terra, pois tamanha era a sua gloria, estes se levantando o tomaram de uma violência desenfreada, o amarraram e como um criminoso o levaram diante do sinédrio, esperando dele a sua defesa, ele não abriu a sua boca, antes como uma ovelha muda foi aos seus tosquiadores e como um cordeiro mudo foi levado ao matadouro.
Levaram-no diante de dois supostos lideres, um chamado de Pôncio Pilatos e o outro de Herodes, até então eram inimigos uns dos outros (Lucas 23:12), interrogaram a Jesus, tentando achar nele alguma falha, ou algo que o pudesse condenar, mas não encontrando em Jesus o Cristo falta alguma, e não havendo do que o condenar, pois, esperavam ouvir de sua boca qualquer coisa que lhe tornasse em culpado, então lhe perguntam; você Jesus se declara o rei dos Judeus? Jesus então lhes responde; Tú o dizes; e zombando dele o ridicularizaram, colocando sobre ele um manto esplêndido (vermelho), e o coroaram com uma coroa de espinhos, deram-lhe uma cruz, que não era sua, fizeram-no carregá-la, e abaixo de chicotadas, varapaus, xingões e cuspidas o levaram rumo ao Gólgota, ao monte da Caveira, ao lugar maldito.


Jesus carregava a cruz que não era sua, era de um homem acusado de insurreição (revolta) e assassinato, era ladrão e sem misericórdia, chamavam-no de Barrabás, (Lucas 23:19), mas Jesus estava carregando esta cruz rumo ao Calvário pela via crúcis, sem resistir e nem reclamar, levava sobre si todas as nossas dores, doenças e enfermidades, levava sobre si o castigo de todos os homens, transpassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades, nós, os homens o desprezávamos, o rejeitávamos, não víamos nele beleza e nem majestade alguma que nos atraísse, pois nada víamos em sua aparência, a não ser o sofrimento, a dor, o desprezo de todos nós, pois não o tínhamos em estima, mas como uma raiz em terra seca, ele Jesus, foi renascendo e o castigo que nos trás a paz estava sobre ele, mas pelas suas pisaduras éramos sarados.

Rumo ao Gólgota, o monte da Caveira, o lugar de maldição e condenação de todos os transgressores, foi ele, Jesus Cristo crucificado entre dois malfeitores, um a sua direita e outro a sua esquerda, a morte de cruz o aguardava, não abriu a sua boca para murmurar e nem para reclamar, mas abriu a sua boca para dizer diante de uma multidão de pessoas; Pai perdoa-lhes porque eles não sabem o que fazem não impute aos homens este pecado, mas os livra de todo o mal.

Na cruz acima da sua cabeça estava escrito em aramaico, latim e grego; JESUS NAZARENO, O REI DOS JUDEUS... (João 19:19, 20)

Jesus Cristo era Rei, não somente rei dos Judeus como disse Pilatos, mas Jesus Cristo era Rei de todos os homens, era o Rei de toda terra, Jesus era Rei porque o seu reino não era um reino egoísta, o seu reino não era fundamentado pela tirania, pela hipocrisia e pela mediocridade, o reino de Jesus Cristo era para ser reinado por todos os homens, pela igualdade, irmandade e unidade, através da verdade, parcialidade e amor ao próximo, o reino de Jesus 
Cristo não é um reino passageiro e sim eterno.


Podemos assim dizer que Jesus Cristo é o Reis dos reis, pois não lutou com os homens e sim com a morte, não lutou com o homem e sim com o inimigo de todos os homens, o diabo, não lutou com o homem, mas sim com quem o submeteu, o pecado, Jesus Cristo é o Rei dos reis e o Senhor dos senhores, pois, a sua coroa, a sua coroa era; a de espinhos... O que era para ser tortura se tornou em Gloria, pois Cristo não reinou para si e sim reinou para todos e por todos, a sua morte não foi uma derrota e sim umas das maiores conquistas...

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