Coroar uma pessoa seria aclamar,
eleger; elevar à dignidade de rei ou pontífice; colocar uma coroa sobre a
cabeça de alguém seria reconhecer esta como uma pessoa na sua capacidade de
estar acima de qualquer outra, neste caso vossa majestade... Coroar alguém
colocando sobre a sua cabeça uma coroa, seria elegê-la como uma pessoa suprema,
seria reconhecer a sua magnificência...
A coroa é sinônimo de
majestade e realeza, somente pessoas de sangue nobre, ou reconhecidas por sua
nobreza receberam sobre suas cabeças este adorno que foi e é cobiçado por reis,
reinos e milhares de pessoas.
O reconhecimento e o
respeito pela coroa vêm desde a antiguidade, tanto que nas batalhas e ataques
aos castelos reais, os inimigos e adversários procuravam preservar a vida dos
nobres; reis, rainhas, príncipes e princesas, pois, isto lhes garantiria vida
diante dos aliados da realeza.
Mas assim como preservar a
vida de um nobre era uma questão de segurança, também matá-lo em batalha era
uma questão de honra, pois com a morte do rei, todo o seu exercito era obrigado
a bater em retirada, ou que, se entregassem sem nenhuma resistência, concedendo-lhes
então a vitoria sobre esta batalha.
A coroa real foi no passado
um objeto cobiçado pelas nações, varias foram às tramas e traições, guerras
foram travadas por causa da coroa, o portador desta, era aclamado pelo povo, o
portador da coroa deveria ser honrado e respeitado, pois para estar na presença
real se fazia necessário prostrar-se diante da realeza com sujeição e
submissão...
Este nobre era aclamado por
todo o seu reino e pelo seu povo, era aclamado sendo abençoado com os seguintes
dizeres; Viva o rei... Deus abençoe o rei... Vida longa ao rei...
A coroa além de representar
a autoridade máxima no seu reino, no sentido significativo e monárquico, era também
um ornamento confeccionado em ouro puríssimo, incrustado com as mais belas pedras
preciosas, ornada de um brilho invejável, era repassada de gerações a gerações,
e a cada três gerações uma nova coroa era confeccionada.
Nobres se reuniam em festas
realizadas entre as dinastias, e em seus castelos desfilavam com as suas
coroas, estas eram os objetos mais observados e cobiçados entre os convidados, o
assunto entre a nobreza era sobre a coroa, deste ou daquele rei, desta ou
daquela rainha, já as vestes reais ficavam em segundo plano.
O luxo e a pompa da realeza eram
ofuscados pelo brilho da coroa, pelos adornos de sua preciosidade em sua confecção
e pela representatividade que esta tinha diante dos nobres, os mais aclamados e
honrados eram os mais respeitados como também eram os mais desejados.
Ser coroado era uma questão de honra, ser
aclamado era uma questão de respeito e ser respeitado era uma questão de reverência.
No passado os nobres reis
eram temidos, eram respeitados pelo povo, pois impunham as suas leis e ordens,
e ai de quem desrespeitasse uma ordem real, aqueles que não obedeciam às ordens
reais, eram punidos com prisões perpetuas e até mesmo com a morte em praça pública.
A questão da coroa era
levado muito a sério, ninguém brincava ousar com o nome dos nobres, ninguém ousava
desobedecer até mesmo que não fosse da sua vontade, ninguém ousava remeter uma
palavra contra a realeza, pois todos sabiam que dignos de morte eram os tais
que se opusessem contra o rei.
Havia num reino não muito
distante deste, um humilde e nobre rei, era um rei manso e misericordioso, era
reconhecido pelos seus súditos celestiais, como o Rei da Glória, um rei que é
contra tudo o que oprime o povo, um rei que é contra a injustiça, é contra a
mentira e o engano, um REI inigualável... A sua coroa não representa a
opressão, nem muito menos a tirania, a sua coroa é a favor dos necessitados,
pois para honrar a sua coroa, ele é capaz de morrer pelo seu povo...
Certa vez este Rei decidiu
deixar o seu Reino Celestial para ir a um outro reino, onde os déspotas sem lei,
sem moral e sem escrúpulo, faziam das pessoas seus prisioneiros e escravos, o
sofrimento neste reino era muito avassalador, reino este que chamavam de
paraíso por suas belezas territoriais, também era conhecido como terra, este
reino era regado de mentiras, opressões, violências, mortes, dores e
enfermidades, o pecado reinava na vida dos homens, havia um clamor agonizante
no ar e não havia quem pudesse salva-los.
O Rei da Glória tendo o
conhecimento sobre tamanha maldade levanta-se do seu trono de glória e solta um
brado, este brado era um desabafo, era como um gemido inexprimível, e parecia
como o rugido de um leão quando vê os seus sendo atacado pelos inimigos.
O Rei da Glória resolve então
renunciar o seu trono de glória, fazendo-se homem, não para se tornar como os
homens, evidentemente com uma enorme diferença, não sendo como eles, os homens,
que são cheios de toda a iniquidade
prostituição, malícia, avareza, maldade; cheios de inveja, homicídio, contenda,
engano, malignidade; sendo murmuradores, detratores, aborrecedores de Deus,
injuriadores, soberbos, presunçosos, mentirosos, desobedientes aos pais e às
mães; néscios, infiéis nos contratos,
irreconciliáveis, e sem misericórdia;
O Rei da Glória veio como
homem para demonstrar a todos eles que é possível, que tudo é possível, até
mesmo vencer o maior de todos os males, a maldade no coração do próprio homem.
O Rei da Glória então desce
a terra dos viventes, desce até o mais profundo do abismo onde os homens se
encontravam acorrentados e aprisionados por seus delitos, sua intenção era
mostrar a eles que estavam nestas condições por causa das suas culpas, o Rei da
Glória queria mostrar-lhes que se eles amassem uns aos outros, andassem em igualdade,
se respeitassem mutuamente, vivessem unidos, tudo poderia ser diferente,
desfrutariam de uma vida integra e abundante.
O Rei da Glória começou
então a pregar a sua ideologia, que era regada de amor e igualdade social, trouxe
para a vida dos homens uma esperança, aqueles que entendiam a sua mensagem
recebiam paz em suas almas, aqueles que aceitavam o seu reino recebiam alegria
no espírito, aqueles que se curvavam ante Sua Majestade, eram levantados, eram
colocados em pé novamente e suas perdas eram restauradas, pois dizia ele que os
que se humilhassem seriam exaltados e os que se exaltassem seriam humilhados.
O Rei da Glória indignado
com a maldade no coração dos homens, mas com muito amor pelas suas almas, veio
a este mundo não para condená-los, mas sim para que os homens tivessem vida,
veio porque conseguia olhar para dentro de seus corações, e ver que a maldade
era apenas uma questão de conhecimento, a partir do momento que conhecessem a
verdade, seriam libertos; ao contrario dos demais reis, que olhavam para as
suas aparências, olhavam para os seus bens, olhavam, pois estavam simplesmente
preocupados com o seu reino, e com o adquirir riquezas, com o crescimento
material, já o Rei da Glória queria dividir o vosso Reino com todos os
homens...
Houve um rei que foi chamado
coração de leão por ser destemido, de coragem e de liderança, mas como todos os
reis comportava-se como um homem qualquer, através de muitas guerras, mortes e
atrocidades levantou um reino de luxurias e riquezas para si, via o seu povo na
miséria e morrendo de fome e nada fazia a não ser adquirir riquezas para o seu
reino.
Este, o Rei da Glória, como
já disse era diferente dos demais homens e reis, pois pelo contrario de tantos
não fez um reino para si, não juntou riquezas, não construiu castelos e nem
alistou homens para uma guerra pessoal e banal, as preocupações do Rei da
Glória não se limitam ao mundo corruptível e destrutível, vai além, voltado para
um mundo incorruptível e indestrutível, se houve um rei com o coração de um
leão, há um que é o leão inteiro, chamam-no de Leão da tribo de Judá.
Este, o Rei da Gloria, foi
conhecido como o Leão da tribo de Judá, pois esta tribo guerreira era uma das
mais temidas na sua época, Judá era reconhecido pelo seu pai como um leãozinho em
fase de crescimento, pois quando subsistisse de ser presa, tornar-se-ia em um
leão grande e seria temido, mesmo depois de velho não perderia a sua realeza e ainda
continuaria temido por seus inimigos, e quem ousaria desperta-lo? Judá é um leãozinho, da presa subiste, filho meu; encurva-se, e
deita-se como um leão, e como um leão velho; quem o despertará? Gênesis 49:9 Esta
era uma palavra de Pai para filho, esta era a benção de um pai para o seu
filho...
O Rei da Gloria veio para os
seus, e os seus o rejeitaram, o desprezaram, os homens da terra queriam ter um
rei, clamavam por um rei, pois olhavam para os reinos e viam que todos tinham
um rei, mas a ideologia do Rei da Gloria não era o que os homens queriam, o Rei
da Gloria queria paz, os homens querem a guerra, o Rei da Gloria queria
igualdade, os homens querem a individualidade, o Rei da Gloria quer o amor, os
homens querem o ódio.
Por três anos o Rei da
Gloria pregou o seu Evangelho, alcançou muitos homens ao redor da terra, fez
discípulos que dariam continuidade ao seu propósito, semeou o amor nos corações
endurecidos dos homens, pregou o arrependimento, o perdão, foi contra a
religiosidade, a política corrupta, foi contra a violência, a injuria e a injustiça,
o Rei da Gloria fazendo somente o bem, despertou no coração dos homens
impiedosos o mau, pois estes quando confrontados pelos seus erros não se
arrependeram e nem lhe deram graças, por isso foram entregues a concupiscência
de seus corações as coisas imundas, dizendo-se sábios tornaram loucos.
A mensagem do Rei da Gloria
despertou uma ira enfurecida no coração obscurecido dos homens, os políticos e
religiosos da época o acusaram de blasfêmia, o acusavam de pregar contra os princípios
da igreja ortodoxa, inflamaram o coração do povo o qual era oprimido pelo
governo sendo obrigados a pagar impostos, desprezados e abandonados pela
igreja, pois padeciam de diversas enfermidades e moléstias.
O Rei da Gloria escolheu
dentre os homens da terra, doze, dos quais os ensinou durante três anos a
viver, desfrutar e compartilhar o que achava ser o mais importante, o amor, a
paz e a vida, e dentre estes, um que se dizia ser discípulo e não era se levantou
contra os seus princípios, um que não converteu o seu coração das trevas para a
luz, um que tinha o seu coração na raiz de todos os males, o dinheiro; este o
vendeu por trinta moedas de prata, armando uma articulação violenta e maligna
para prendê-lo, mas o Rei da Gloria, que agora era conhecido dentre os homens,
quando cercado e preso não resistiu, e muito menos se defendeu diante de seus
acusadores, quando o procuraram lhe perguntaram quem era; e sem se esconder
lhes respondeu; Eu sou o verbo que se fez carne, o unigênito do Pai, o filho do
Deus vivo, o que era, o que é, e o que a de vir, o alfa e o Omega, o principio
e o fim, a raiz de Davi, a estrela da manhã, Emanuel é o meu nome, eu sou Jesus
o Cristo, a quem tu persegues...
Quando o Rei da Gloria se
revelou como Jesus Cristo, pois este era o seu nome de homem terreno, os seus
perseguidores caíram por terra, pois tamanha era a sua gloria, estes se
levantando o tomaram de uma violência desenfreada, o amarraram e como um
criminoso o levaram diante do sinédrio, esperando dele a sua defesa, ele não
abriu a sua boca, antes como uma ovelha muda foi aos seus tosquiadores e como
um cordeiro mudo foi levado ao matadouro.
Levaram-no diante de dois
supostos lideres, um chamado de Pôncio Pilatos e o outro de Herodes, até então
eram inimigos uns dos outros (Lucas
23:12), interrogaram a Jesus, tentando achar nele alguma falha, ou algo que
o pudesse condenar, mas não encontrando em Jesus o Cristo falta alguma, e não
havendo do que o condenar, pois, esperavam ouvir de sua boca qualquer coisa que
lhe tornasse em culpado, então lhe perguntam; você Jesus se declara o rei dos
Judeus? Jesus então lhes responde; Tú o dizes; e zombando dele o
ridicularizaram, colocando sobre ele um manto esplêndido (vermelho), e o coroaram
com uma coroa de espinhos, deram-lhe uma cruz, que não era sua, fizeram-no
carregá-la, e abaixo de chicotadas, varapaus, xingões e cuspidas o levaram rumo
ao Gólgota, ao monte da Caveira, ao lugar maldito.
Jesus carregava a cruz que não era sua,
era de um homem acusado de insurreição (revolta) e assassinato, era ladrão e
sem misericórdia, chamavam-no de Barrabás, (Lucas
23:19), mas Jesus estava carregando esta cruz rumo ao Calvário pela via crúcis,
sem resistir e nem reclamar, levava sobre si todas as nossas dores, doenças e
enfermidades, levava sobre si o castigo de todos os homens, transpassado pelas
nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades, nós, os homens o
desprezávamos, o rejeitávamos, não víamos nele beleza e nem majestade alguma
que nos atraísse, pois nada víamos em sua aparência, a não ser o sofrimento, a
dor, o desprezo de todos nós, pois não o tínhamos em estima, mas como uma raiz
em terra seca, ele Jesus, foi renascendo e o castigo que nos trás a paz estava
sobre ele, mas pelas suas pisaduras éramos sarados.
Rumo ao Gólgota, o monte da Caveira, o
lugar de maldição e condenação de todos os transgressores, foi ele, Jesus
Cristo crucificado entre dois malfeitores, um a sua direita e outro a sua
esquerda, a morte de cruz o aguardava, não abriu a sua boca para murmurar e nem
para reclamar, mas abriu a sua boca para dizer diante de uma multidão de
pessoas; Pai perdoa-lhes porque eles não sabem o que fazem não impute aos
homens este pecado, mas os livra de todo o mal.
Na cruz acima da sua cabeça
estava escrito em aramaico, latim e grego; JESUS NAZARENO, O REI DOS JUDEUS... (João 19:19, 20)
Jesus Cristo era Rei, não
somente rei dos Judeus como disse Pilatos, mas Jesus Cristo era Rei de todos os
homens, era o Rei de toda terra, Jesus era Rei porque o seu reino não era um
reino egoísta, o seu reino não era fundamentado pela tirania, pela hipocrisia e
pela mediocridade, o reino de Jesus Cristo era para ser reinado por todos os
homens, pela igualdade, irmandade e unidade, através da verdade, parcialidade e
amor ao próximo, o reino de Jesus
Cristo não é um reino passageiro e sim
eterno.
Podemos assim dizer que
Jesus Cristo é o Reis dos reis, pois não lutou com os homens e sim com a morte,
não lutou com o homem e sim com o inimigo de todos os homens, o diabo, não
lutou com o homem, mas sim com quem o submeteu, o pecado, Jesus Cristo é o Rei
dos reis e o Senhor dos senhores, pois, a sua coroa, a sua coroa era; a de espinhos... O que era para ser tortura se tornou em Gloria, pois Cristo não reinou para si e sim reinou para todos e por todos, a sua morte não foi uma derrota e sim umas das maiores conquistas...
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