segunda-feira, 28 de julho de 2014

COMO É BURRO ESTE MEU CAVALO...


O cidadão se achava muito esperto, foi a uma cidadezinha do interior onde encontrou um matuto vendendo alguns animais, este começou a observar os animais do matuto e balançando a cabeça como um gesto de desaprovo, passou de um a um, alguns ele olhou os dentes e novamente balançava a sua cabeça com o mesmo gesto, o matuto observando aquilo de longe foi se achegando ao bacana e lhe perguntou: O senhor tem interesse em argum destes animar, o bacana respondeu tenho sim, o senhor é o proprietário deles, o matuto respondeu sim sinhô, o bacana então disse ao matuto, eles tão meio judiado, mau cuidado, estão desgastados, colocou mil e um defeito nos animais do homem simples do campo; O matuto respondeu o sinhô é argum tipo de veterinário, destes que mexe com os animar, o bacana respondeu, não, mas conheço bem sobre o assunto, então o matuto disse: intão ta bão, o sinhô fique a vontade a oia os bicho, quando quise é só chama, passando algum tempo o bacana o chama, e lhe pergunta quanto custa este cavalo pangaré aqui, o matuto diz este ai é o Arfredo, pensa num animar manso, um animar querido, um animar; o bacana interrompe o matuto e diz; perguntei-lhe o valor dele e não as qualidades, o matuto então diz: o Arfredo eu vendo por cem reis, o bacana então da uma risada e diz; cem, tá caro, este cavalo é preguiçoso, lerdo, caído, dou cinqüenta, o matuto diz; cinqüenta é muito poco, então ele olha para um outro animal e diz; e este aqui com cara de burro quando foge, o matuto diz; este aí é o Gumercino, pensa num animar bão, manso, querido, o bacana diz; já sei, não precisa me falar mais nada, quanto vale este; o matuto diz; o Gumercino também vale cem reis, o bacana diz tudo vale cem, o matuto responde: tudo não, cada um dos animar, eu sei disse o bacana, é só uma expressão, deu mais alguns passos e viu um animal que estava amarrado lá num canto, ele fica na ponta dos pés e diz e aquele animal lá, aquele que esta lá no fundo, o que tem a cara de descuido, o matuto diz; aquele lá é o Estácio, tem este nome porque, eu sei disse o bacana não precisa me falar nada dele, provavelmente também custa cem, não aquele burro custa cento e cinquenta, o bacana ficou surpreso com o preço e disse, tudo bem eu pago o valor que você quer, o matuto disse: o sinhô tem certeza que não que que eu fale do Estácio mesmo, o bacana disse educadamente, não, só de olhar pro animal eu já o conheço, o matuto diz intão ta bão, o sinhô é que sabe, o bacana pega então a sua mais nova aquisição e sai a caminho pela estrada, o animal andou alguns quilômetros sendo puxado pelo seu mais novo dono, quando este montou no animal este empacou, o bacana então desce e puxa o animal daqui, puxa dali, empurra-o para frente, para trás, e nada, chama-o pelo nome e nada, o bicho estava estacionado, parado, empacado, emburrado, o bacana irritado com esta situação larga o animal pelo caminho e volta até a casa do matuto, este o avistando de longe diz; muié vem cá porque aquele moço engomado ta vortando, provavelmente o Estacio empacou, o bacana então chega suado ofegante na casa do matuto, o matuto muito educado diz; oce que um copo da água, o bacana diz asperamente não, eu não quero água, quero que você devolva o meu dinheiro, porque aquele cavalo que você me vendeu não presta, como acredito eu que todos os teus animais não valem nada, o matuto da uma girada no paiero que esta na sua boca e diz; aquele animar que oce compro de eu não é um cavalo ele é um burro, e o burro quando esta cansado ele empaca, ele estaciona por isso que o nome dele é Estácio de estacionar de parar, o bacana mais irritado com o matuto diz; e só agora que o senhor me avisa que aquele cavalo é um burro e que ele empaca e que seu nome é Estácio, o matuto diz tentei lhe falar mais o sinhô não quis me da ouvido, o sinhô disse que conhece os animar so di oia neles, então eu não tenho curpa se o sinhô compro um burro em veis de um cavalo, derrepente o bacana olha para trás e lá quem vem, o Estácio num trote rápido e vai lá para o mesmo canto de onde estava, o bacana disse ainda bem que ele voltou, assim o sinhô pode me da o meu dinheiro de volta, o matuto diz; num tem pobrema devolveu cem reais para o bacana, o bacana então diz; perai eu paguei cento e cinqüenta neste animal e o senhor esta me devolvendo somente cem, o matuto naquela calma tranqüila disse eu sei que o sinhô me pagou cento e cinqüenta, mais é que eu só pago cem, o bacana irritado disse isso é um roubo, o senhor me vendeu um burro em vez de um cavalo, o matuto então lhe diz; não sinhô, quem quis compra o animar foi o sinhô, o sinhô veio nas minhas terra e compro o animar, tentei lhe falar do Estácio mais o sinhô nem quis ouvi, e quando as coisas saem da loja elas perdem o valor, o bacana em tom de sátira diz; e o senhor tem coragem de chamar esta espelunca de loja? E por que não disse o matuto, se o sinhô que é estudado, conhecedor, fala bonito, é educado, bem vestido, tem coragem de chama um burro de cavalo, porque eu não posso chama a minha venda de loja, o bacana pega os cem e sai bufando, batendo os pés de raiva, o matuto então diz; cada um que me aparece, mais oia não sabe distingui um burro de um cavalo dessa eu nunca vi, mas como diz meu avô, neste mundão de Deus tem de tudo, até gente fingindo que sabe das coisas...

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