É muito comum vermos as pessoas
falando e comentando as coisas da vida, fatos que acontecem por casos ou acasos,
muitas destas vezes os casos são trocados pelos acasos e vice-versa.
A interpretação do que é para o que pode ser é separada por uma lacuna,
onde muitas das vezes preenchemos por inverdades, preenchemos por conceitos
próprios, onde interpretamos e ditamos como se deve ser, usamos nossas próprias
ideologias para justificarmos daquilo que queremos tirar proveito, daquilo que
queremos ser beneficiados, daquilo que queremos fazer transparecer o que realmente
esta longe do que devemos ser, querendo sempre o regozijo próprio.
Os casos são fatos que podem
acontecer através de uma eventualidade ou de uma hipótese, ou seja, tais fatos
são voluntários, acontecem porque acontecem, já os acasos são acontecimentos,
que são incertos e improváveis, imprevistos ou casuais, podem dar certos como
também errados, estes são na maioria das vezes involuntários, os casos são
contraditórios aos acasos, mas tudo é passivo de interpretação, o que não se
pode fazer é não querer entender os princípios que ambos obedecem na natureza dos
acontecimentos da vida, pois se assim não entendermos corremos o grande risco
de nos tornarmos egoístas, senão hipócritas.
Esta interpretação errada
tem feito com que muitas pessoas tenham um comportamento totalmente medíocre,
por não quererem encarar a verdade, preferem se aproveitar ou tirar proveito à
custa de outros, muitos agem como se a vida fosse pessoal e única, como se
nunca na vida fossem passar por dificuldades, problemas ou coisas parecidas do
gênero, muitos acreditam conseguir viver na independência de tudo, isolados na
solidão hipócrita de um pensamento egoísta, onde acham não precisar depender de
nada e ninguém, muitos se acham serem o centro das atenções ou senão pensam
ser, como também muitos não somente acham como também querem ser o centro,
fazem coisas para chamar a atenção ou para se aparecer, o EU se torna o ápice
do seu discurso, eu fiz, faço, eu sou, eu posso, eu, eu e eu mesmo, o eu se
torna o mais principal em sua vida, substituindo aquilo que pode ser feito por
nós, e no final o interesse esta em ser o único em se dar bem.
Uma das coisas muito comum
entre o caso e o acaso é a questão da interpretação, porque quando olhamos para
quem esta a nossa frente, também se esquecemos de quem esta vindo atrás de nós,
se esquecemos de que todos somos iguais e dependemos uns dos outros, alias este
é o fato de vivermos neste mundo, vivemos para podermos aprender a viver em
comunidade e não em bandos.
Um exemplo de fato é que o
acaso como sendo algo imprevisível, improvável que pode ou não acontecer, depende
das circunstâncias, ou até mesmo de quem esta associado ao fato, totalmente
inverso do caso que é algo consolidado, algo concreto, algo provável,
precisamos entender então que tais acontecimentos podem nos beneficiar ou nos
prejudicar como também beneficiar outros ou prejudica-los.
Muitas das vezes nem tudo
o que parece ser é o que realmente imaginamos, e um bom exemplo disso esta em;
Estou andando pela rua e de repente encontro uma nota, um valor irrisório, R$ 50,00, que maravilha, Deus sabe como
estava precisando deste dinheiro, o caso é que eu o achei, de fato é que não
tem dono até então, mas de que importa isto, o que importa é que EU fui
abençoado por encontra-lo, que alegria, lembremos que isto é somente um
exemplo, como também poderia ser uma carteira com muito mais, uma folha de
cheque preenchida e não nominal, um aparelho de telefone celular, uma bolsa, um
troco errado na hora de uma compra, ou qualquer outra coisa que se tenha um
valor para mim ou não, no caso do dinheiro, o acaso é que EU não sei a quem
pertence, para minha justificativa pessoal EU o encontrei, e isto é um fato,
não esta errado e não vejo problema algum nisto, esta é a minha concepção
hipócrita, mas agora vamos para a real, de como este dinheiro apareceu ali,
qual seria a minha interpretação para isto, uma delas seria a qual já foi
citada, só Deus sabia o quanto necessitava deste dinheiro, então foi ele, Deus,
quem fez aparecer este dinheiro ali.
Só que não, não foi Deus,
alguém perdeu, alguém derrubou, por descuido você o encontrou, e alguém
INFELIZMENTE ficou no prejuízo, mas você poderia me dizer de como eu teria
tanta certeza nisto, certeza eu não tenho, é apenas uma hipótese, uma subjeção,
porque se alguém quisesse que alguém o encontrasse, ou tivesse a intenção de
dar a alguém com certeza escolheria a quem poderia dar, a necessidade se
associou ao acaso do acontecido e como geralmente sempre precisamos de algo,
automaticamente tomamos posse muitas vezes daquilo que não nos pertence e
achamos que é benção quando muitas das vezes não é.
Neste caso alguém ficou no
prejuízo e ai poderíamos dizer, mas EU fiquei no lucro, só que não, se EU
pensar em mim mesmo poderei até achar que sim, mas se eu pensar no próximo vou
entender que não, como da mesma forma suponhamos que quem perdeu este dinheiro
foi eu ou você, qual seria então o nosso sentimento, qual seria então os nossos
pensamentos, estou precisando e ainda perco, quem sabe a pessoa da qual perdeu
também estivesse na mesma condição, senão pior ainda, mais necessitada, quem
sabe era o único dinheiro que esta tinha como posse e perdendo deixou de suprir
as suas necessidades senão de sua família, entendo ser isto uma situação
difícil, complicada, não muito simples de se resolver, pois não tem como
sabermos quem a perdeu senão nos depararmos com o próprio dono que esta a sua
procura, estou falando no caso do dinheiro, porque nos outros citados como; a
carteira, o celular, a bolsa ou qualquer outro pertence, bom é entendermos que
o que nos pertence são as coisas que adquirimos honestamente, aquilo que
compramos e pagamos, porque aquilo que não nos custou nada provavelmente deve
ter custado a alguém e muitas vezes custado muito caro, com muito suor e sacrifício,
então bom é sabermos que tudo nesta vida tem dono, e não existe um ser dono de
tudo senão aquele que criou todas as coisas, no nosso caso, cada um de nós
temos aquilo que adquirimos, pois o que achamos identificado ou não, pertence a
alguém, se sabemos a quem pertence podemos ajudar devolvendo, senão sabemos
poderíamos deixar no mesmo lugar em que se foi perdido, pois se no caso o
verdadeiro dono estivesse a procura pudesse encontrar, mas infelizmente as
coisas não são assim e estão muito longe de ser como realmente deveriam ser,
pois nós achamos que o acaso das coisas são o caso de todas as coisas, quando
na verdade não são, acredito ser este um teste de Deus para observar a nossa
honestidade, pois se conseguirmos ser no pouco, a promessa de Deus é de nos
conceder o muito, e eis a razão de não desfrutarmos daquilo que nos foi
prometido, pois trocamos o acaso pelo caso, porque queremos comer o fruto e não
plantarmos as sementes...
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